quinta-feira, 15 de julho de 2010

conhecimento e formação continuada

É comum no ser humano pensar que sabe de tudo e não precisa de mais nenhum aprendizado... quantos alunos adultos já encontrei com este pensamento... Só mesmo com muita paciência é que conseguimos quebrar a parede que eles constroem, ou ainda, fazer com que eles descruzem os braços e tomem uma atitude mais receptiva...

Já fiz tantos cursos e posso dizer que mesmo tendo estudado um determinado assunto sempre alguém tem alguma coisa a acrescentar. É assim que construimos nosso conhecimento.

Com este pensamento é que devemos ler o texto abaixo. Mas atenção, descruze o braço e seja receptivo, adote uma postura de abertura ao conhecimento. Todos temos muito a aprender!


Educação: os quatro pilares do conhecimento e da formação continuada

Na Conferência Mundial de Educação para todos - UNESCO, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, foram definidos quatro pilares da educação, que deveriam ser a meta para o desenvolvimento educacional em todos os países signatários de seus documentos.

A educação deve ater-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser. Essas quatro vias do saber tornam-se apenas uma dependente da outra, necessitando sempre de trocas de informações entre elas.

Jacques D’Elors aponta como principal conseqüência da Sociedade do Conhecimento, a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada nos quatro pilares que são, ao mesmo tempo, pilares do conhecimento e da formação continuada:

Aprender a conhecer

Esse tipo de aprendizagem tem como finalidade e fundamento o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir. Para isso a educação deverá criar formas para que a escolaridade tenha seu tempo prolongado. Ou seja, o adulto após concluir seus estudos possa prosseguir com vontade de fazer novos cursos, pesquisa etc., fazendo-o perceber que o aumento do saber o faz compreender melhor o ambiente, sob os seus diversos aspectos, com isso ser mais crítico e atualizado.

Na criança, despertá-la e aguçá-la para que tenha mais prazer de estudar, mas é essencial que ela possa ter acesso às metodologias científicas, com isso possa ser “amiga da ciência”. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento. É bom valorizar a curiosidade, a autonomia e a atenção. É preciso aprender a pensar, pensar também o novo.

Enfim aprender a conhecer. Antes de tudo o indivíduo deve aprender a aprender, para isso deverá, até o final de sua vida, estar sempre atualizado, fazer cursos de especialização na sua profissão exercitar a leitura e as pesquisas, pois assim ele terá mais facilidade para encarar todas as situações e com isso ser competitivo dentro da sociedade em que vive. Também o indivíduo deverá exercitar a memória, pois a criança aprende o exercício do pensamento com os pais, depois com os professores.

Aprender a fazer

“Aprender a conhecer e aprender a fazer são em larga medida indissociáveis.”

Porém aprender a fazer tem maior referência com a formação profissional. O indivíduo aprende e põe em prática os seus conhecimentos. Temos de perceber que aprender a fazer não pode ser apenas ensinar o jovem para uma função onde fará uma tarefa material.

Para isso deverá o jovem ser sempre atualizado, de acordo com o desenvolvimento industrial. Não basta preparar-se profissionalmente para o trabalho.

Como as profissões evoluem muito rapidamente, vale mais a competência pessoal, que torna a pessoa apta a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, do que a pura qualificação profissional. É essencial saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar de uma certa dose de risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, e ser flexível.

Aprender a viver juntos

Para que todos possam viver juntos e aprender a viver com os outros, a educação tem um papel importantíssimo, e um grande desafio, já que a opinião pública toma conhecimento através dos meios de comunicação e nada pode fazer.

No mundo atual a tendência é a valorização de quem aprende a desenvolver a percepção da interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

A história humana sempre foi escrita pelos conflitos raciais e até mesmo religiosos, entre outros. À educação cabe trabalhar para a mudança deste quadro desde a simples idéia de ensinar a não-violência e o não-preconceito.

Porém deve utilizar duas vias complementares, primeiro a descoberta progressiva do outro; segundo, ao longo de toda a vida a participação em projetos comuns que parece um método eficaz para evitar ou melhorar conflitos latentes.

A descoberta do outro

A missão da educação é transmitir conhecimentos sobre a diversidade humana, bem como mostrar e levar as pessoas a se conscientizar sobre as interdependências entre todos os seres humanos do planeta. As disciplinas mais adaptadas para esse fim são: Geografia humana a partir do ensino básico e as Línguas e Literaturas estrangeiras nos cursos posteriores.

Baseando nisto, se educar a criança desde pequena a descobrir a si mesma, poderá esta se pôr no lugar dos outros assim compreendendo-os e respeitando-os. O professor não deve ter regras que mantêm a curiosidade dos adolescentes, se assim o fizer os prejudicará a vida inteira, pois não aceitarão pessoas de outros grupos ou nações.

Aprender a ser

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que recebem, para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Só que para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos, personalidade própria.

Portanto a educação deve preparar as crianças e os jovens para possíveis descobertas e de experimentação. “O desenvolvimento tem pôr objeto à realização completa do homem, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expressões e dos seus compromissos: indivíduo, membro de uma família e de coletividade, cidadão e produtos, inventos de técnicas e criador de sonhos”. A aprendizagem precisa ser integral não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.

Pode-se perceber que são objetivos que vão muito além da informação ou mesmo do mero desenvolvimento de um conhecimento intelectual. Abarcam toda a formação humana e social da pessoa.

É fácil perceber que metas desse porte envolvem conhecimento, comportamento, conceitos, procedimentos, valores, atitudes, saber, fazer e ser. Não podem ser atingidas com um ensino livresco, fragmentado, conteudista, estereotipado, estagnado. Exigem novas perspectivas, uma nova visão da Educação.

Recomendações:

– Os quatro pilares da educação devem ser a base ao longo de toda a vida.

• Aprender a conhecer é o mesmo que aprender a aprender, para se beneficiar das oportunidades oferecidas;

• Aprender a fazer, tornar as pessoas aptas a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe, não somente uma qualificação profissional;

• Aprender a viver juntos, desenvolve a compreensão do outro e a percepção das interdependências para realizar projetos comuns, nos valores do pluralismo e da compreensão mútua de paz;

• Aprender a ser, desenvolver sua personalidade, maior capacidade, responsabilidade pessoal.


>> Fonte: Pesquisa Conteúdo eAprender, Mariana Parisi (Gente Feliz - eaprender)

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