domingo, 11 de julho de 2010

O uso de recursos digitais para ensinar arte


A turma aprende a transformar imagens digitais com softwares

Câmeras digitais e celulares popularizaram a fotografia. Saber tratar e modificar imagens em softwares de edição é uma competência cada vez mais valorizada. E programas de desenhos no computador ampliam as formas de criação. Mas atenção: não se pode incorporar tantas novidades de maneira apressada, sem uma boa discussão. "Antes, o professor precisa mostrar à turma de que forma essas ferramentas têm sido usadas não só pelos artistas, mas pela sociedade", diz Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, na capital paulista.

Com essa perspectiva em mente, a professora Ana Cláudia de Oliveira Soares Cattani, da EE Professor Edsson Heráclyto Cerezer, em Bagé, a 384 quilômetros de Porto Alegre, começou a usar o Paint, programa de desenho que vem com o Windows, para expandir a produção de ateliê da 7ª série. "Tomei o cuidado de mostrar como artistas contemporâneos utilizam ferramentas similares, o que trouxe bons exemplos de como os alunos poderiam aproveitar o computador para acrescentar intervenções às criações com lápis", conta ela. O diálogo entre o ateliê "real" e o computador, aliás, é essencial para fazer a produção da turma avançar. "O trabalho de fazer e refazer uma imagem desenvolve a objetividade na composição da obra, no uso do espaço e no domínio dos instrumentos artísticos, sejam eles tradicionais ou virtuais", defende Paulo Nin Ferreira, coordenador da área de Arte do Colégio I. L. Peretz, na capital paulista.

No que diz respeito à fotografia, o trabalho também precisa incluir a indispensável etapa de familiarização com os diferentes gêneros. No CE Presidente Kennedy, em Rolândia, a 393 quilômetros de Curitiba, a professora Denise Maria Ramos Lugli iniciou um projeto com as turmas de 8ª série por uma conversa sobre fotos como registro pessoal. Em seguida, explorou características de outras modalidades - fotografia de moda, publicidade, fotojornalismo e artística. Só depois chegou a hora de produzir - nessa etapa, a cabeça cheia de referências fez a diferença. "O olhar dos alunos mudou com a ampliação de repertório", conta ela. O conhecimento dos tipos de fotografia ajudou ainda na edição das imagens. Usando programas específicos, como o Photoshop, a garotada pôde mudar a luz, refinar cores e fazer cortes - técnicas muito usadas em revistas de moda, por exemplo.

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